agosto
22
Empate com cara de teste de título
No Allianz Parque, em 16 de julho de 2025, Palmeiras x Mirassol terminou em 1 a 1 pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. O gol alviverde saiu dos pés de Facundo Torres, que apareceu nos momentos em que o time mais precisava furar a defesa fechada do adversário. Do outro lado, o Mirassol mostrou organização e frieza para resistir à pressão de um estádio cheio e arrancar um ponto importante fora de casa.
O resultado não foi o ideal para quem mira o topo, mas diz muito sobre o momento das duas equipes. O Palmeiras tentou acelerar com posse, amplitude pelos lados e bolas em diagonal para Torres e os atacantes. O Mirassol respondeu com bloco médio-baixo, linhas compactas e trânsito rápido em transições, o que travou boa parte dos ataques e esticou o jogo até o limite.
Em noites assim, detalhes pesam. O Palmeiras finalizou mais, empurrou o adversário para trás no segundo tempo e rondou a área com cruzamentos e infiltrações de meias. Faltou capricho na última bola e uma dose de criatividade entre as linhas. O Mirassol, por sua vez, soube esfriar o ritmo, alternar inversões e ganhar faltas para respirar. Tecnicamente, um empate que premia a disciplina dos visitantes e deixa ao Verdão lições para encarar defesas bem montadas.
Torcida e ambiente também jogaram. O Allianz Parque foi barulhento do início ao fim, e a energia empurrou o time nos minutos finais. Ainda assim, o muro amarelo resistiu com boa leitura de cobertura e temporização. Não foi por falta de tentativa: a comissão ajustou peças, mexeu no ataque e buscou diferentes rotas, do jogo apoiado à bola parada. Esbarrou numa noite em que o espaço central estava caro.
Tabela, marcas e o que fica desse jogo
O ponto somado mantém o Palmeiras firme na perseguição à liderança. No recorte imediatamente após o apito final, a conta parcial apontava 23 pontos. Na fotografia mais ampla da competição, com a tabela consolidada, o time aparece em 3º lugar, com 29. O recado é claro: a margem para vacilo é pequena, mas a briga está aberta.
O contexto do campeonato ajuda a dimensionar o impacto do empate. A liderança é do Cruzeiro, com 34 pontos, seguido pelo Flamengo, com 33. O Palmeiras vem logo atrás, com 29, à frente de Red Bull Bragantino (27) e do pelotão com Botafogo e Bahia (25). O Mirassol surge logo na sequência, com 24, pontuação que sustenta um início consistente para quem, rodada a rodada, prova ser mais do que “surpresa”.
Há também o pano de fundo histórico. O Palmeiras persegue o 13º título brasileiro, algo que ampliaria a vantagem no ranking de campeões nacionais — hoje, são 12 troféus, contra 8 do Santos. Além disso, o clube soma 5 vices, totalizando 17 pódios no Brasileiro, à frente do Santos, com 16. Na era dos pontos corridos, lidera índices de desempenho como melhor aproveitamento e maior média de gols marcados, marcas que ajudam a explicar por que cada empate em casa vira assunto.
Individualmente, a noite trouxe marcos relevantes. Weverton igualou a marca de Ademir da Guia como o terceiro com mais jogos no Estádio Palestra Itália/Allianz Parque: 184 partidas. Não é apenas uma estatística — é consistência ao longo de anos em alto nível. Flaco López, por sua vez, alcançou 149 jogos e entrou no top 5 de estrangeiros com mais partidas pelo clube. Longe dos holofotes, números assim contam a história de continuidade de um elenco que se mantém competitivo.
Facundo Torres, autor do gol, segue como peça-chave. Ele ataca espaços curtos, se movimenta entre zagueiros e laterais e carrega a bola com agressividade, o que adiciona imprevisibilidade no terço final. Em jogos travados, a solução muitas vezes passa por esse 1 contra 1. Quando ele recebe com o corpo orientado e o time aproxima, a chance de desequilíbrio cresce.
O empate, porém, deixa uma pauta interna: variedade ofensiva contra linhas baixas. É um dilema recorrente para quem propõe jogo em casa. Alternar cadência, buscar o pivô, convidar o adversário a subir para atacar o espaço nas costas ou acelerar a troca de corredor são rotas que o time tem, mas que precisam aparecer de forma mais estável. A bola parada, em especial, pede melhor execução, seja no primeiro poste, seja nas jogadas ensaiadas para o segundo pau.
Do lado do Mirassol, a atuação reforça identidade. Time compacto, boa leitura de coberturas, laterais atentos ao 2 contra 1 pelos flancos e transição vertical quando recupera a bola. O ponto conquistado fora de casa pesa na matemática da permanência e dá moral para brigar por algo maior na metade final do turno. Em termos de desempenho, a equipe mostrou que sabe sofrer sem perder a ideia de jogo.
Para o Palmeiras, a agenda segue intensa. A maratona de julho exige rotação, manejo físico e ajustes finos entre linhas, sobretudo porque a briga no topo não perdoa sequência de empates. A comissão técnica tem insistido em controle com pressão pós-perda e laterais altos, modelo que funciona quando há circulação rápida e aproximação curta dos meias. É nisso que o time precisa ser mais constante nos próximos compromissos.
Alguns números e marcas que ficam do jogo ajudam a organizar a rodada:
- Placar: Palmeiras 1x1 Mirassol, 14ª rodada do Brasileiro, no Allianz Parque.
- Gol do Palmeiras: Facundo Torres.
- Marcos individuais: Weverton chega a 184 jogos no estádio (marca que iguala Ademir da Guia); Flaco López atinge 149 partidas pelo clube e entra no top 5 de estrangeiros com mais jogos.
- Contexto histórico: Palmeiras soma 12 títulos brasileiros e 5 vices — 17 pódios no total.
- Tabela atual: Cruzeiro 34; Flamengo 33; Palmeiras 29; RB Bragantino 27; Botafogo e Bahia 25; Mirassol 24.
O cenário pós-jogo é de cobrança por desempenho e, ao mesmo tempo, de manutenção de rota. O empate não derruba o plano, mas avisa que o Brasileirão não dá folga: cada ponto perdido em casa precisa ser compensado fora. Com elenco cascudo e números que sustentam a ambição, o Palmeiras segue no trilho da disputa. O Mirassol, com solidez e ideia clara, mostra que vai vender caro qualquer ponto contra os grandes.
Escreva um comentário