Em um cenário global em constante mudança, o encontro do G20 no Brasil se torna um palco crucial para discutir e buscar soluções para problemas que afetam todo o planeta, como a mudança climática, a fome e a instabilidade econômica. O evento, que ocorre nos dias 18 e 19 de novembro de 2024 na vibrante cidade do Rio de Janeiro, reúne líderes das vinte maiores economias do mundo com o objetivo de formular uma declaração final que reflita o compromisso mútuo em enfrentar esses desafios. Contudo, apesar do documento já estar preparado, ele encontra-se ameaçado por divergências não resolvidas entre os países membros, principalmente em razão de conflitos geopolíticos recentes.
O Brasil, sob a presidência do G20, buscou focar em três pilares principais: a reforma na governança do sistema internacional, o combate à fome que ainda afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, e as ações contra as mudanças climáticas que se tornam cada vez mais urgentes. Com o presidente Lula à frente, o país anfitrião tenta conduzir as discussões para um terreno de maior consenso, privilegiando princípios que possam servir como ponto de partida para acordos mais abrangentes no futuro. No entanto, os crescentes conflitos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, e a tensão entre Israel e Hamas, dificultam a obtenção de um consenso geral, ameaçando a assinatura unânime da declaração.
A recente Cúpula Social do G20, que se encerrou em 16 de novembro de 2024 com a histórica Declaração do Rio de Janeiro, reforçou a importância da justiça global e pressionou por uma ação decisiva contra a fome e mudanças climáticas. Este documento evidenciou a necessidade urgente de reformar a governança internacional para que essa se torne mais justa e inclusiva. Porém, as divergências políticas e econômicas entre os membros do G20 representam um desafio significativo para implementar essas propostas de maneira prática e eficaz.
Outro fator que complica as discussões é a situação política nos Estados Unidos, com o presidente Joe Biden, um lame duck, participando do evento, o que traz incertezas sobre a continuidade e implementação de políticas acordadas globalmente. Ainda assim, sua presença demonstra o compromisso americano com a cooperação internacional em resolver problemas globais, apesar das limitações internas. Seu envolvimento é vital, considerando que os Estados Unidos desempenham um papel crucial em qualquer plano global atingir eficácia e objetivo.
Além disso, durante as reuniões do grupo de trabalho sobre Redução de Risco de Desastres do G20, realizada em Belém entre 30 de outubro e 1º de novembro de 2024, foi adotada uma Declaração Ministerial. Esta enfatiza a necessidade de abordagens inclusivas na gestão de riscos de desastres, buscando garantir que todas as comunidades sejam resilientes e menos vulneráveis aos impactos futuros. A proposta se alinha com as metas da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, mostrando que as nações presentes compreendem a urgência de ações coordenadas e abrangentes.
Contudo, apesar desses avanços em outras frentes, a questão permanece se os chefes de estado conseguirão colocar de lado suas diferenças para assinar um documento que possa efetivamente moldar o futuro do planeta. As negociações ainda em curso são decisivas pois definem se os princípios discutidos durante a cúpula passarão do papel para ações concretas. A expectativa é que o Brasil, liderado por Lula, consiga exercer seu papel diplomático e político de forma a unir perspectivas divergentes em torno de objetivos comuns.
Enquanto os líderes trabalham para superar suas diferenças, o G20 no Brasil continua a ser um símbolo da luta por uma governança global mais justa e equitativa. A declaração final, apesar de todas as suas dificuldades, representa uma esperança de que as grandes economias possam, eventualmente, colaborar de forma efetiva para o bem-estar de toda a humanidade. Contudo, esse papel exige comprometimento e a capacidade de ver além do imediato, considerando o longo prazo conforme o mundo se transforma com complexidade crescente.
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