novembro 25

Uma careta. Dois técnicos espelhados. Um reencontro que trouxe saudade. O fim de semana do Brasileirão não foi só de gols e polêmicas — foi de momentos que se transformaram em memes, vídeos e conversas de bar. Tudo isso aconteceu entre os dias 20 e 21 de setembro de 2025, em estádios de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, e foi captado pela ge.globo.com, a divisão esportiva do Grupo Globo. O que parecia ser apenas mais uma rodada acabou virando um arquivo de memórias coletivas, onde o humor, a emoção e o acaso se encontraram.

A careta que custou o jogo

Na noite de 21 de setembro, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, o Sport Club Internacional vencia o Gre-Nal por 2 a 1. Era o 65º minuto. Alan Patrick Schons, de 29 anos, bateu pênalti, marcou — e virou para o goleiro Tiago Luis Volpi, de 34, com uma careta que parecia saída de um desenho animado: lábios apertados, olhos arregalados, um sorriso quase de desafio. A câmera da Premiere registrou tudo. O público do Grêmio ficou em silêncio. Os torcedores do Colorado comemoraram. A imagem rodou o Brasil em minutos.

Mas o futebol tem um jeito estranho de cobrar vingança. No 89º minuto, com o placar em 3 a 2 a favor do Grêmio, o Internacional teve outro pênalti. Alan Patrick voltou a bater. E errou. Bateu na trave direita. A derrota foi completa. A careta, que parecia uma vitória momentânea, virou símbolo de ironia. "Costumam servir para desestabilizar, mas também pode ter um efeito bem diferente a longo prazo", escreveu a ge.globo.com. E foi exatamente isso: a provocação, ao invés de abalar o adversário, acabou abalando seu próprio autor.

O 'multiverso' do Maracanã

No mesmo dia, no Maracanã, o Clássico dos Milhões terminou em 1 a 1. Mas o que ficou na memória não foi o gol de Bruno Henrique nem o de Lucas Paquetá. Foi o gesto.

Na 58ª minuto, Fernando Diniz da Silva, técnico do Clube de Regatas do Flamengo, e Filipe Luís Kasmirski, treinador do Club de Regatas Vasco da Gama, fizeram, ao mesmo tempo, o mesmo movimento: braço direito estendido, indicador apontando para o campo, como se estivessem orientando um atacante. Ambos de camisa escura, jaqueta idêntica, expressão séria. A imagem, captada pela ge tv, viralizou como se fosse cena de um filme de ficção científica.

Usuários do TikTok e Instagram criaram memes comparando o momento ao "multiverso" da Marvel. "É o mesmo cara em universos paralelos", escreveu um torcedor. Outro disse: "Se um deles tivesse um olho de vidro, a gente jurava que era o mesmo pessoa". A postagem foi compartilhada mais de 47 mil vezes em 24 horas. Ninguém sabia se era coincidência, simetria ou um pacto secreto entre os dois. O que se sabe é que, desde que Filipe Luís deixou os campos em 2022, ele nunca havia treinado contra Diniz. E agora, no maior clássico do país, o futebol parecia ter feito um reset.

Reencontro no Allianz Parque

Reencontro no Allianz Parque

Enquanto isso, em São Paulo, no Allianz Parque, o Sociedade Esportiva Palmeiras enfrentava um adversário não mencionado. Mas o foco estava em dois jogadores: Andreas Hugo Hoelgebaum Pereira, de 28 anos, e Deyverson Brum Silva, de 33. Os dois já haviam sido parceiros de ataque na campanha vitoriosa de 2022, quando juntos fizeram sete gols. Naquela temporada, Deyverson era o homem da área, Andreas o criador de jogadas. Agora, no meio de uma temporada irregular, eles se encontraram em uma jogada de contra-ataque — um toque, um passe, um cruzamento. Não resultou em gol, mas os torcedores aplaudiram de pé.

"Trouxe boas recordações aos palmeirenses", disse o texto da ge.globo.com. E foi isso mesmo: em um time que busca identidade, o simples fato de ver dois jogadores que já fizeram história juntos, trocando olhares, correndo lado a lado, foi como um abraço de nostalgia. Nada de celebrar, apenas lembrar. E às vezes, isso basta.

Golaços que viraram arte

Nem tudo foi careta e coincidência. No Mineirão, em Belo Horizonte, o Cruzeiro Esporte Clube fez uma virada épica contra o Red Bull Bragantino, vencendo por 2 a 1. O primeiro gol veio aos 73 minutos, com Jhon Fredy Arias, o Jhon Jhon, que desviou com o peito, girou e finalizou com o tornozelo — um chute que parecia pintado a mão. O segundo, aos 88, foi de Lucas Silva Melo, o volante que, em vez de fazer uma defesa, fez uma obra-prima: corrida de 40 metros, drible de um zagueiro, finalização de fora da área. "Verdadeira pintura", repetiu a reportagem. Dois gols. Dois artistas. Um time que ressuscitou.

O que vem por aí?

O que vem por aí?

A rodada terminou, mas as redes não pararam. A careta de Alan Patrick continua sendo usada em vídeos de "o que não fazer antes de bater pênalti". O "multiverso" entre Diniz e Filipe Luís virou tema de podcasts e até de uma enquete na TV Globo. E os torcedores do Palmeiras já pedem um reencontro entre Andreas e Deyverson — não só no campo, mas em uma campanha especial.

Enquanto isso, o Brasileirão segue. A próxima rodada será em 27 de setembro. Mas o que ficou foi o que não está no placar: o futebol como teatro, como comédia, como memória. E às vezes, a história mais bonita não é a do campeão. É a do jogador que fez uma careta, do técnico que espelhou o adversário, ou do par de atacantes que, por um instante, voltaram ao passado.

Frequently Asked Questions

Por que a careta de Alan Patrick virou tão polêmica?

A careta foi vista como uma provocação direta ao goleiro Tiago Luis Volpi, especialmente porque ocorreu logo após um gol de pênalti — momento já carregado de tensão. O fato de Alan Patrick ter errado o pênalti seguinte, que custou a vitória ao Internacional, transformou o gesto em símbolo de ironia esportiva. Torcedores passaram a usar a imagem como alerta sobre os riscos de celebrar antes da hora.

O que explica o fenômeno do "multiverso" entre Diniz e Filipe Luís?

O fenômeno surgiu da combinação perfeita de coincidência visual: gestos idênticos, roupas quase iguais, momentos sincronizados. Em um contexto de rivalidade acirrada, esse alinhamento inesperado gerou humor e curiosidade. A referência ao multiverso da Marvel foi uma forma natural de os fãs interpretarem o absurdo — e isso alimentou o compartilhamento em massa nas redes.

Andreas e Deyverson já jogaram juntos antes?

Sim. Ambos foram peças fundamentais no título do Palmeiras em 2022, quando somaram sete gols juntos. Andreas, como criador de jogadas, e Deyverson, como finalizador, formavam uma dupla eficiente. Seu reencontro no Allianz Parque, mesmo sem gols, foi um momento emocional para os torcedores que lembram daquela temporada vitoriosa.

O que os golaços do Cruzeiro mostram sobre o time atual?

Mostram que, mesmo em uma fase de reconstrução, o Cruzeiro ainda tem jogadores capazes de decisões individuais de alto nível. Jhon Jhon e Lucas Silva não são os nomes mais famosos do elenco, mas seus gols demonstram que a equipe pode surpreender com criatividade e coragem — algo que o técnico pode usar como base para a recuperação na tabela.

Esses momentos virais influenciam o desempenho das equipes?

Pode influenciar sim. A pressão psicológica de ser alvo de memes, como aconteceu com Alan Patrick, pode afetar a confiança em momentos decisivos. Por outro lado, o "multiverso" entre os técnicos trouxe leveza, o que pode fortalecer o clima dentro dos grupos. O futebol moderno é tão mental quanto físico — e o que viraliza nas redes acaba entrando no vestiário.

Haverá consequências disciplinares para Alan Patrick por causa da careta?

Não há previsão de punição. A CBF não considera caretas, por si só, como infração disciplinar, a menos que haja gesto ofensivo ou provocação direta a jogadores ou árbitros. O gesto de Alan Patrick foi exagerado, mas não foi classificado como agressivo. A punição, nesse caso, foi a própria consequência do jogo: o pênalti perdido.

Vanessa Kuśmierska

Sou jornalista especializada em notícias e adoro escrever sobre assuntos relacionados ao cotidiano brasileiro. Gosto de manter meus leitores informados sobre os eventos atuais e importantes. Escrever é minha paixão e compartilhar informações relevantes faz parte do meu trabalho diário.

1 Comentários

Jaque Salles

A careta do Alan Patrick foi pura psicologia de campo. Mas o futebol paga em moeda real: o pênalti perdido foi o verdadeiro gol.

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