Na manhã de 21 de agosto de 2025, às 12:14 UTC, um terremoto de magnitude 7,5 abalou a Passagem de Drake, a estreita faixa marítima entre o extremo sul da América do Sul e a Antártida. O evento foi inicialmente publicado com magnitude 8,0 pelo Deutsches GeoForschungsZentrum (GFZ), mas rapidamente reavaliado pelo United States Geological Survey (USGS). O epicentro ficou a 10 km de profundidade, nas coordenadas 60,8°S / 64,3°O, cerca de 300 km da Península Antártica e 800 km do Cabo de Hornos, no Chile.
Contexto geológico da Passagem de Drake
A Passagem de Drake integra a chamada Cintura de Fogo do Pacífico, uma zona de subducção onde a Placa de Scotia mergulha sob a Placa Antártica a uma taxa média de 2,5 cm por ano. Essa dinâmica gera tensões acumuladas que, quando liberadas, produzem sismos fortes e, ocasionalmente, tsunamis. A região já foi palco do maior terremoto já registrado – o de magnitude 9,5 em 1960, no Chile, conhecido como o “Grande Chile”.
Detalhes do tremor e reavaliação de magnitude
Segundo o comunicado oficial do USGS, o tremor atingiu uma magnitude de 7,5 na Escala Richter, com profundidade de 10 km. O centro sísmico foi localizado exatamente na zona de contato entre as duas placas citadas, o que explica a energia liberada. O Andrew Michael, geofísico sênior do programa de Pesquisa de Terremotos do USGS em Menlo Park, comentou: "Embora este terremoto de magnitude 7,5 seja significativo, sua localização remota minimiza o risco para populações costeiras. Os alertas preventivos foram procedimentos padrão, considerando a história sísmica da região."
Alertas de tsunami e respostas institucionais
Imediatamente após o sismo, o Sistema Nacional de Alerta de Tsunamis do Chile, operado pelo Centro Sismológico Nacional da Universidade do Chile, e o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina emitiram avisos de tsunami para as costas sulinas. As estimativas iniciais previam ondas de até 3 metros, mas avaliações subsequentes mostraram deslocamento insuficiente da falha para gerar ondas significativas. Às 15:30 UTC, os alertas foram cancelados, com a justificativa de risco mínimo.
O Pacific Tsunami Warning Center (PTWC), sediado em Ewa Beach, Havaí, acrescentou que «ondas com amplitudes inferiores a 0,3 m podem ocorrer nas costas próximas, mas não representam risco significativo». O Capitão de Navio Luis Pardo Villalón, diretor nacional do Serviço Hidrográfico y Oceanográfico da Armada de Chile (SHOA), manteve vigilância reforçada até as 18:00 UTC.

Impactos percebidos e réplicas
O tremor foi sentido com intensidade IV (ligeira) na Escala de Intensidade de Mercalli Modificada em Punta Arenas (Chile) e na província argentina da Terra do Fogo. Não houve relatos de danos estruturais ou feridos, o que confirma a avaliação de risco reduzido. No entanto, o sismo gerou 17 réplicas nas primeiras 24 horas, variando entre magnitudes 3,8 e 5,2. A maior réplica, de magnitude 5,2, ocorreu às 04:22 UTC de 22 de agosto.
Análise de especialistas e perspectivas futuras
Especialistas em tectônica de placas ressaltam que a frequência de eventos acima de magnitude 7,0 na região tem aumentado nos últimos anos – já foram registrados tremores de 7,1 em janeiro de 2023 e 7,4 em outubro de 2021. O professor Carlos Varela, da Universidade do Chile, alerta que o acúmulo de energia pode culminar em eventos ainda maiores, especialmente considerando o estreitamento da zona de subducção.
Em termos de preparação, o Chile permanece como o país mais vulnerável a tsunamis na América do Sul, com 6.435 km de costa exposta à zona de subducção entre as placas de Nazca e Sul‑Americana. O governo tem investido em sistemas de alerta precoce e na educação da população costeira, mas a localização remota da Passagem de Drake dificulta respostas rápidas.
Perguntas Frequentes
Qual foi a magnitude real do terremoto na Passagem de Drake?
O USGS reavaliou o sismo para magnitude 7,5, embora inicialmente fosse divulgado como 8,0 pelo GFZ. A revisão considerou dados sísmicos mais precisos colhidos nas primeiras horas após o evento.
Por que os alertas de tsunami foram cancelados?
Análises posteriores mostraram que o deslocamento da falha foi insuficiente para gerar ondas significativas. Assim, o risco foi considerado mínimo e os avisos foram revogados cerca de três horas após a emissão.
Quais regiões sentiram o tremor?
O sismo foi percebido em Punta Arenas, no Chile, e na província argentina da Terra do Fogo, com intensidade máxima de IV (ligeira) na escala de Mercalli.
O que dizem os especialistas sobre a atividade sísmica futura na região?
Professores como Carlos Varela alertam que a sequência de terremotos acima de magnitude 7,0 nos últimos anos indica acúmulo de energia tectônica, o que pode culminar em eventos ainda mais intensos. A monitorização contínua é essencial.
Como o Chile se prepara para possíveis tsunamis?
O país mantém um dos sistemas de alerta de tsunamis mais avançados da América do Sul, operado pelo SHOA e pelo Centro Sismológico Nacional. Além de equipamentos de detecção, há campanhas de educação pública e planos de evacuação costeira.
2 Comentários
Júlia Rodrigues
Esse tremor é só mais um capítulo da agenda globalista de controle, com cláusulas de segurança que não servem pra nada.
Raphael Mauricio
O que se sentiu foi quase como aquele filme de ação que a gente vê nos trailers, porém sem explosões de verdade.
Na prática, nada de estruturado foi afetado, mas a adrenalina subiu.